Meios de prosperidade – Uma visão histórica

Em tempos li que se imaginarmos a história do universo condensada num calendário anual, onde o Big Bang ocorreu no início do ano (à meia-noite do dia 1 de Janeiro), a existência da espécie humana ocorreria muito tardiamente. Vamos simplificar este calendário cósmico para ter uma noção aproximada (pedi ajuda ao ChatGPT para a escrita deste “calendário anual”):

  • O Big Bang ocorreu no 1º dia de janeiro.
  • A formação da Via Láctea, a nossa galáxia, ocorreu cerca de 10 biliões de anos (10 x 10^9 anos) após o Big Bang, aproximadamente a 20 de fevereiro.
  • O nosso Sistema Solar formou-se há cerca de 4,6 biliões de anos após o Big Bang, aproximadamente em 9 de setembro (ou seja, no terceiro quarto do calendário).
  • A Terra formou-se logo depois, e a vida surgiu por volta de 3,5 a 4 biliões de anos atrás, em outubro ou novembro.
  • Os primeiros seres humanos modernos (Homo sapiens) surgiram apenas nos últimos segundos do ano, em 31 de dezembro, muito recentemente em termos cósmicos.
  • Então, a história humana ocuparia apenas numa fração muito pequena desse calendário anual, indicando o quão recente é a existência da espécie humana em comparação com a vastidão do tempo cósmico.

O que significa isto? Significa em primeiro lugar que a minha vida, tal como a vida do leitor, representa uma fração ínfima na história de tudo o que nos rodeia, pelo menos em termos cósmicos. Mas abandonemos por momentos este fatalismo niilista[1], pois não é esse o objetivo deste enquadramento.

Tal significa que, tendo o Homo sapiens chegado ao mundo apenas nos últimos segundos do último dia do ano, a história do homem moderno (homem recente) é ainda mais breve. Os últimos 2.000 anos – período em que nos vamos focar – podem ser considerados uma fração ínfima de um suspiro único do Universo, numa corrida longa de ultramaratona com milhares de suspiros prévios. Ora, o meu ponto é que nesse período de apenas 2.000 anos- período em que assistimos à queda do império romano, aos primeiros reinos na Europa, à invenção da impressão por Gutenberg, descoberta (ou re-descoberta em alguns casos) de novos territórios e civilizações além-mar, desenvolvimento da medicina e ciências filosóficas e exatas – muita coisa na verdade aconteceu.


[1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Niilismo